INSANITY SEAS
01) QUANDO PERCEBEU SEU INTERESSE EM EXPRESSAR SEUS SENTIMENTOS ATRAVÉS DA MÚSICA?
O interesse em expressar os
sentimentos através da música surgiu desde criança, ao cultuar o abstrato – em
formas diferentes de contar histórias, brincar e também de pensar.
Dentro da música extrema,
comecei a me expressar aos 17 anos, quando comecei a gravar covers de vocal.
Essa manifestação artística se fez presente num momento de externalização de
sentimentos intensos, meio a conflitivas existenciais que acompanham a idade. A
música cumpre um papel fundamental no autoconhecimento, na expressão e no
sentido da vida.
02) COMO SURGIU A IDEIA DE MONTAR A BANDA ÏNSANITY SEAS¨?
A ideia surgiu no segundo
semestre de 2020, quando compus a introdução do primeiro single, “Fever
Dreams”, no violão. Pensei que seria ideal para uma música de Death, Doom ou
Black Metal. Pensei sobre o tema que a letra dessa música abordaria e cheguei à
conclusão que, ao escrever sobre demônios ou sobre tortura/escatologia, faria
com que o projeto adentrasse uma caixa, junto de incontáveis outros. Pensei em
trabalhar com temáticas e assuntos diferentes e não muito retratados, então
surgiu a ideia de reverenciar a literatura do escritor HP Lovecraft. Por volta
de março de 2021, escrevi a letra de nosso primeiro single e então, junto de
minha namorada, Love, começamos a organizar e dar vida ao projeto.
03) COMO DEFINE O SOM DE INSANITY SEAS?
O som da Insanity Seas se
encaixaria no gênero Death Metal ou Sludge Metal – por conta da bateria mais
Doom.
O definiria, em sua
sonoridade, como o transcorrer das obras de HP Lovecraft, trabalhando com
elementos do agressivo, do sombrio e do misterioso.
04) QUAIS SUAS PRINCIPAIS INSPIRAÇÕES PARA COMPOR AS MÚSICAS E LETRAS?
Minhas inspirações para com
as letras, são guiadas pela literatura do escritor HP Lovecraft. Seus contos
misturam elementos de terror, mistério, ficção científica, rodeando seu núcleo
principal que está no imutável e ancestral. Esta estética particular e única, denominada
“Horror Cósmico”, descreve o contato humano com criaturas divinas, monstruosas,
ancestrais que governam nosso mundo, mas que estão adormecidas. Nos veem como
seres irrelevantes e guiam destinos cruéis. Logo, se trabalha com o medo do
desconhecido e forças e influências para além do homem.
Na parte instrumental, minhas
inspirações estão nos vocalistas George “Corpsegrinder” Fisher, da banda Cannibal
Corspe, e Nergal, da banda Behemoth – valorizando o gutural na região grave.
Enquanto guitarrista, me proponho a fazer algo bastante autoral, trabalhando em
escalas e afinações graves (Dó), e sempre fazendo palhetadas para baixo.
05) SOBRE O QUE ABORDA AS LETRAS DO INSANITY SEAS?
As letras se inspiram e
reverenciam a literatura de HP Lovecraft em seu Horror Cósmico, retratando o
medo ancestral e o medo do desconhecido, tanto através da letra, quanto da sonoridade.
06) QUAIS SUAS BANDAS E ÁLBUNS PREFERIDOS?
Dentro do Death Metal, meus
álbuns favoritos são: Sodom – In the Sign of Evil (1984); Cancer – To the Gory
End (1990); Obituary – Cause of Death (1990); Deicide – Deicide (1990);
Cannibal Corpse – Tomb of the Mutilated (1992); Damnation – Rebel Souls (1996);
Behemoth – The Satanist (2014). Adentrando o Death Metal nacional: Sepultura –
Bestial Devastation (1985); Sextrash – Sexual Carnage (1990).
07) QUAL SUA OPINIÃO SOBRE A CENA UNDERGROUND NO RS?
Em minha opinião, a cena
underground no RS está passando por um momento de ascensão, com bandas muito
experientes lançando materiais cada vez mais profissionais. Bons exemplos
seriam os trabalhos Carcinosi – Resumption (2019), Bloody Violence – Host
(2019), Exterminate – Pray for a Lie (2019).
08) TU TOCAS EM OUTRAS BANDAS E PROJETOS? QUAIS?
Atualmente, além do projeto
Insanity Seas, faço parte das bandas de Black Metal Würmland e Baphometr, as
quais eu toco baixo e teclado.
09) COMO É A EXPERIÊNCIA EM TOCAR EM OUTRAS BANDAS? COMO CONCILIA O TEMPOS COM SUAS ATIVIDADES PESSOAIS?
A experiência é muito boa,
todos os membros de ambas as bandas são bons amigos e nossa relação é sempre
muito pacífica e produtiva. Nossa conexão criativa e musical é bastante
intensa.
Com relação ao tempo, os projetos
de Black Metal ocupam o final de semana, em ensaios e em novas criações. Já a
Insanity Seas, é um projeto que estou constantemente compondo e desenvolvendo
novas ideais com a minha namorada, Love.
10) OUVINDO A MÚSICA PROMO: FEVER DREAMS NOTEI OS RIFFIS BEM SOMBRIOS E COM BASTANTE EXPRESSÃO DE MELANCOLIA.. CONTE-NOS MAIS SOBRE ESTA PROMO E COMO FOI FEITA A GRAVAÇÃO E PRODUÇÃO INDEPENDENTE?
A gravação do single
ocorreu em Estrela – RS, no estúdio do meu amigo Júnior Sessi, que já trabalha
comigo há anos. O baixo fora gravado pelo meu amigo Carlos Caraumar, que foi o
baterista da minha antiga banda “The Woodpeckers”, em 2015. A guitarra, voz e
bateria foram gravadas por mim.
O baixo utilizado fora um
fretless gravado em linha com efeitos de oitavador e drive. A guitarra fora uma
Les Paul Studio da Gibson gravada em duas pistas – uma em um amplificador
valvulado, e outra em um transistor. A voz fora gravada em um microfone
cardioide. A bateria fora eletrônica, gravada em MIDI.
Os riffs que soam melancólicos
são frutos da afinação grave (Dó), e foram feitos pensando em transmitir
sentimentos retratados em contos do Lovecraft – atmosfera soturna, mistério, agressividade,
intensidade.
11) QUAIS SÃO PLANOS PARA O FUTURO?
No primeiro semestre de
2022, nos organizamos para lançar nosso primeiro EP, intitulado “Cthulhu Shall
Rise”, que irá conter 4 músicas. Estará disponível em todas as plataformas de
streaming.
Pretendemos também organizar
shows de lançamento por Porto Alegre, performando todas as tracks do EP.
12) AGRADEÇO A ATENÇÃO E APOIO. MENSAGEM FINAL?
Insanity Seas sempre será
uma banda Antifascista e defenderá a causa. Apoiem sempre o underground.
Acompanhem os lançamentos e shows dos irmãos Carcinosi, Bloody Violence,
Exterminate, Finally Doomsday, Infected Sphere. Agradecemos de coração pela
entrevista!