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sexta-feira, 22 de julho de 2022

                    

01) QUANDO E COMO SURGIU O INTERESSE EM APRENDER A TOCAR GUITARRA E A CANTAR? EXPRESSANDO OS SENTIMENTOS ATRAVÉS DA MÚSICA?

Ivan – Inicialmente eu fui por muitos anos apenas fã de música pesada, não tinha interesse em aprender a tocar ou estar numa banda. Mas por volta de 93, comprei um baixo e então comecei a aprender e a tocar. As mudanças para vocalista e depois guitarrista veio justamente para continuar tocando, pois de acordo com a necessidade, eu vou me adequando. Mas meu instrumento de origem e até mesmo preferido, é ser baixista, meus heróis são baixistas.


02) COMO SURGIU A IDEIA DE FORMAR A BANDA SILENT EMPIRE? E COM QUE PROPÓSITOS?

Ivan – A Silent Empire surgiu em 2011, a idéia inicial era voltar a tocar, mas com uma sonoridade mais intrincada, pesada, mesclando várias influências, desde o Heavy Metal tradicional ao Death Black Metal nas sonoridades, timbres, sendo que meus vocais, dessem a amarração ao Death Metal. Eu já havia tocado em inúmeras bandas, desde Thrash Metal é até Black Metal, então queria reunir tudo isso, mas com uma dinâmica diferente e com pessoas mais fáceis de lidar, onde eu tenha prazer em estar.

 

03) PODE NOS CONTAR SOBRE SUA EXPERIÊNCIA NAS BANDAS QUE TOCASTES ANTERIORMENTE A SILENT EMPIRE?

Ivan – Foram várias bandas, mas vou citar 3, que foram as que mais permaneci e criamos mais músicas e shows.

Malice Garden(Vocalista) onde era mais voltado Death Metal, com influencias de bandas como Morbid Angel, Deicide, fizemos inúmeros shows, gravamos material e banda deu uma parada nas atividades em 2003.

Forest of Demons (Black Metal – Baixista / Backing Vocals), entrei em 2002 e fiquei até 2006, nesse período gravamos Cd demo e um Full lenght, que teve ótima aceitação e vários shows, a banda seguiu após minha saída por volta de 2 anos, essa seria a única banda que eu voltaria a tocar, caso tivesse um retorno ás atividades, pois as influencias ( Marduk, Dark Funeral, Celtic Frost) me fazem sentido ainda hoje e a formação era muito estável e tínhamos um bom relacionamento.

Warmagedoom (Death Doom Metal – Baixista/vocalista), aqui as influencias eram as bandas do final de 80 e inicio de 90 do Death Doom Metal, e a fizemos 1 CD demo e dezenas de shows, com muitas mudanças de formação, encerrei as atividades quando meu filho nasceu, 2010.

 

04) COMO DEFINES O SOM DA SILENT EMPIRE?

Ivan – Se fosse definir em um estilo, seria Death Metal. Mas as gamas de sons que se encontram na nossa sonoridade, seria mais correto afirmar que somos uma mistura de Heavy Metal em partes dos riffs, com levadas insanas de bateria, com peso brutal do baixo, bases intrincadas de guitarras, solos velozes, vocais no mais puro Death Metal anos 80/90.

Nosso método de compor é livre, isso não quer dizer que a gente atira pra todos os lados, mas os riffs precisam fazer sentido, precisam se conectar com a identidade da banda, precisam funcionar, a gente precisa sentir que vai ser “foda” tocar aquela parte, senão é descartada. Mas se VC gosta de música pesada, bem executada, com diversas passagens, vai gostar das nossas músicas com certeza.

 

05) QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS  PARA COMPOR AS MÚSICAS DE SILENT EMPIRE?

Ivan – Minhas influencias são bandas de Death Metal como Benediction, Immolation,  Gorefest,  Massacre, Sinister, Suffocation, Death, Vader, Morbid Angel, Celtic Frost, Slayer, Black Sabbath, Deep Purple, Pentagram, Judas, Venom, Kreator, Destruction,  Dark Angel,  Motorhead, ou seja, é uma vasta influêmcia de bandas e estilos.


06) DE ONDE VEM AS INSPIRAÇÕES PARA ESCREVER AS LETRAS E QUAIS OS TEMAS ABORDADOS?

Ivan – As letras abordam temas como auto conhecimento, crescimento pessoal e cognitivo, auto preservação, anti religião, temas que abordam a vida do sujeito em relação ao mundo. O homem esta em constante mudança, em constante crescimento, em movimento e isso deve ser sempre celebrado ou mostrado o caminho de como percorrer com melhor aproveitamento dos recursos mentais.

  

07) FALE-NOS SOBRE O EP: ¨ HAIL THE LEGION¨ GRAVADO EM 2016. COMO FOI FEITA A PRODUÇÃO, GRAVAÇÃO, ARTE DA CAPA E DIVULGAÇÃO DO MESMO?

Ivan – O EP ‘ Hail the Legions” veio como um objetivo de registrar a primeira etapa da banda, com a formação inicial, 4 musicas que representavam aquele momento. Esse EP nos abriu oportunidades de shows e trouxe também interessados em lançar nosso Debut Album. A gravação foi feita em Porto Alegre, e a arta da capa feito pelo Gil Souza, um conhecido tatuador e artista (Dragão Estudio) aqui do sul de SC, que fez a capa do nosso álbum inclusive.

 

08) E SOBRE O LANÇAMENTO NO ANO SEGUINTE DO ÁLBUM: ¨DEATH RONEMENT ALL ICONS¨?

Ivan – Após o lançamento do EP, mudou a formação, e logo após os shows de divulgação, iniciamos as composições do álbum, e foi bem natural compor e gravar já no ano seguinte. A banda estava coesa e bem preparada pra registrar oque tínhamos de melhor naquele momento, e o material saiu a nosso contento, seja na arte, como na questão musical, produção e divulgação, e contou com selos que nos deram total suporte.


09) COMO FORAM AS APRESENTAÇÕES AO VIVO? QUAIS AS MAIS MEMORÁVEIS?              

Ivan – Fizemos vários shows, difícil mensurar algum, pois todos possuem suas partes ruins e boas, fizemos shows e festivais em aqui em SC e RS, que reforçam que estamos no caminho certo.

  

10) QUE É O DEATH METAL EM SUA VIDA?

Ivan – Death Metal representa o estilo de musica em que sinto livre, me sinto tranquilo e com sede de urrar e trazer experiências aos que me seguem ou estão nos shows, representa mais que só tocar, representa o estilo que posso dizer oque penso. Death Metal pode ser qualquer coisa, pode ser o caminho que escolhi pra falar com o mundo.

  

11) COMO ESTÁ A ATUAL LINE UP?

Ivan – Durante a pandemia, a banda mudou drasticamente sua formação, a dinâmica. Aline passou de guitarrista para baterista, entrando assim Guilherme, e entrando também Harley no baixo, e pela primeira vez, teremos backing vocals. Eu permaneço na minha função de

Vocalista e guitarrista, que é onde me encontro mais confortável. A formação esta sólida, com objetivos definidos e estamos com meta de lançar esse novo material já no inicio do ano de 23, já que estaremos entrando em estúdio em agosto. Estou satisfeito com oque estamos construindo no momento, e isso reflete nas novas musicas, que estaremos testanto nos shows que faremos daqui alguns dias.

  

12) QUE PODE NOS ADIANTAR SOBRE AS NOVAS COMPOSIÇÕES DE SILENT EMPIRE? ALGUM LANÇAMENTO PREVISTO PARA ESTE ANO?

Ivan – As  novas musicas em sua maior parte foram compostas já com a atual formação, então podem esperar sons mais trabalhados, intrincados, técnicos, solos rápidos, e partes de puro peso e vocais grotescos, guturais ao melhor que o estilo pede. 

  

13) DE TODAS AS COMPOSIÇÕES DE SILENT EMPIRE. QUAL MÚSICA  TE IDENTIFICAS MAIS?

Ivan – Dificil escolher, pois todas foram ou tiveram minha participação. Mas eu me identifico mais com musicas que funcionam ao vivo, pois penso que quando se escreve um riff ou uma letra, se pensa nela no formato palco. Algumas funcionam melhor, como a Hail The Legions, Unique and Primordial ou as novas Mountains of Knowledge /  Inverted Path.

  

14) QUAL SUA VISÃO DA ATUAL CENA UNDERGROUND EM CRICIUMA E SANTA CATARINA?

Ivan – O estado possui inúmeros shows e festivais, que é um perfil muito conhecido aqui, e que movimentam muito, criam uma conexão com a cultura no Rock e Metal. Por conta disso, existem muitas bandas, que fazem shows de extrema qualidade, gravam álbuns que passam no teste do tempo. Se eu acho que poderia ser melhor? Acho sim, acho que aqui no estado, existem bandas que poderiam estar no primeiro time, que poderiam estar gravando álbuns e saindo em tour. Falta mais profissionalismo, mais objetivos e  mais oportunidades.

  

15) QUAIS PLANOS PARA O FUTURO?

Ivan – Iremos entrar em estúdio em agosto, para iniciar as gravações do novo álbum, que já esta composto, pronto, os selos parceiros já estão se organizando pra lançar e os planos serão que 2023 possamos fazer o maior número de shows possíveis em divulgação, colocando a nova formação pra funcionar.


16) OBRIGADO PELA ATENÇÃO E APOIO AO  HELL´S FRIENDS ZINE. ALGUMA MENSAGEM FINAL?

Ivan – Gostaria de agradecer ao espaço cedido no Hell’s Friends Zine, e dizer que a musica pesada precisa de espaços, e de pessoas que estejam engajadas em criar e torna-lo forte e promissor novamente, pois potencial existe, basta ser melhor explorado. Hail The Legions e nos encontramos nos shows da Silent Empire, seja adquirindo nossos merchans ou trocando ideías.

 

segunda-feira, 28 de março de 2022


01) PODERIA NOS FAZER UM BREVE RESUMO DO INICIO DE UNCLEAN SPIRIT?
O Unclean Spirit foi formado em 2020, como gostava de muitas bandas de ondas mais atuais do black metal que misturavam alguns elementos como heavy metal tradicional, punk, hardcore e Oi! com a formula mais ríspida do que chamam de "raw black metal", me interessei em criar algo nesse estilo. Quanto ao nome, foi inspirado na música de mesmo nome do Demoncy, que mesmo sendo outra linha de sonoridade, acho que seria o nome perfeito pro projeto, ainda mais como uma one man band.

02) COMO TU DEFINES O SOM DE UNCLEAN SPIRIT?
Pra ser sucinto, black metal, apesar de sim ter muitos elementos do punk e hardcore, e trabalhos mais recentes que estou compondo terem mais influências como folk, pagan black metal e até alguns elementos psicodélicos, me foco em que a banda ainda tenha essa raiz no black metal sem se perder nos experimentalismos.  

03) DE ONDE VEM AS INSPIRAÇÕES PARA COMPOR AS LETRAS E MÚSICAS ?
De vários lugares, como dito anteriormente, creio que cada álbum  tem uma série de influências, na primeira demo trabalho mais com elementos de punk como Black Flag ou o Oi de bandas como Rixe e Battle Ruins, apesar de já ter elementos de black metal mais tradicional ali, nos quais expandi mais no split com o Fratura. 

Inclusive acho que nesse split "Infinite Suffering / O Ciclo Das Fogueiras" eu consegui a definição do som que buscava com a Unclean Spirit, algo primitivo ,abrasivo mas com seus momentos de melodia e introspecção. Além das temáticas das letras, que tem uma mescla de assuntos pessoais, abstratos e sempre buscando criar uma narrativa muito visual com a combinação de imaginário, letra e música.

Agora com o primeiro álbum, que estou trabalhando enquanto respondo a entrevista, essas influências ampliaram bastante. O álbum transitará pelo rock psicodélico, folk, algumas coisas de post punk e até elementos do prog italiano que fizeram trilhas pra filmes de giallo, enquanto o lado black metal já é bem mais influenciado por bandas da cena de coletivos como Crepúsculo Negro e Les Legions Noires. 

04) QUAIS SUA PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS?
No que tange ao Unclean Spirit em geral, Belketre, Ash Pool, Arizmenda, Akitsa, White Medal, Arts, Grinning Death's Head, Calvary, Cirrhus, Isengard e Darkthrone. Além de algumas coisas do catálogo de selos como Korpsand, Fallow Field e Tour De Garde. Mas fora do aspecto do black metal, Violeta de Outono, Battle Ruins e City Hunter.


05) QUAIS SUAS BANDAS E ÁLBUNS PREFERIDOS?
São muitas bandas e muitos álbuns pra lembrar, então vou mandar os que me vierem em mente agora.

Bandas: Integrity, GISM, Celtic Frost, Blasphemy, Incantation, Strain, Starkweather, Today Is The Day, Unruh, Thin Lizzy, Killing Joke, Amebix, Bolt Thrower, Budos Band, Yoshiko Sai, Teitanblood, entre muitas outras que certeza que esqueci. 

Álbuns vou tentar ficar em 10 para não me estender muito:
- "Seasons In The Size Of Days" do Integrity
- "To Mega Therion" do Celtic Frost
- "Replicas" do Gary Numan
- "Upon The Throne Of Apocalypse" do Incantation
- "Fallen Angel Of Doom" do Blasphemy
- "Sonicrime Therapy" do G.I.S.M.
- "Croatoan" do Starkweather
- "Hosannas From The Basement Of Hell" do Killing Joke
- "Realm Of Chaos" do Bolt Thrower
- "War Of All Against All" do Diocletian


06) QUAL SUA VISÃO DO UNDERGROUND NA  ATUALIDADE ?
É uma visão complexa, principalmente no que se remete a cena nacional, de um lado com as redes sociais vejo que se criou uma grande quantidade de páginas focadas no "underground", mas ao mesmo tempo é bizarro pois muitas dessas páginas falam do mesmo grupo de 10 a 30 bandas, então fica num ciclo ecoado de bandas semelhantes, sem novidades, sem uma nova cena ou grupo de artistas. Além de vermos também bandas que notavelmente querem ter um sucesso maior e mainstream, porém de maneira independente (que é possível e se tem vários casos aí), porém rola aquela tentativa emocional de usar o termo "apoiar o underground" pra tentar apelar pra futuros ouvintes seguirem a banda, o que acho engraçado porque no underground nem todo Beherit quer ser o Behemoth, se é que me entende. 

Porém, do outro lado da moeda, acho que com a pandemia e ausência de shows, muitas bandas que não chamariam atenção antigamente, começaram a ter uma visibilidade. Sejam elas projetos de estúdio, one man bands ou bandas cujo som é tão diferente que não tem uma cena ou rolê específico pra tocar, conseguiram visibilidade lá fora, só pra citar alguns exemplos: Papangu, Kataayra, Trance Of The Undead, Fosso, Obsoletion, Crimson Tower, Blasphemaniac, Antimonument, Necrogosto são algumas das várias bandas brasileiras que conseguiram visibilidade em selos gringos e tem interesse deles em se lançar material fisico, enquanto aqui no Brasil esse interesse foi muito diminuto. Mas entendo que os motivos dessa diferença é porque a geografia do país e também termos uma cultura que favorece bandas com uma agenda de shows constante a uma banda que só grava música e lança esporadicamente.

Com os prós e contras, acho que nesses últimos anos, muita coisa interessante tem acontecido no que se refere ao cenário underground do país, a convergência musical tem criado artistas e bandas vezes cada vez mais originais e interessantes. O que se esperar após o retorno do ciclo normal de shows, não sei, creio que haverá uma efervescência de bandas e shows e os resultados disso só o tempo dirá.


07) COMENTE SOBRE OS TRABALHOS JÁ LANÇADOS ?
A demo auto intitulada vejo como isso, um lançamento onde se testa idéias e se busca um rumo pro som, mas já se vê  rumos de onde a banda iria. Apesar de ter um ou outro caso de músicas que parecem mais um hardcore black flag do que algo black metal, nota-se ali os elementos que viriam retornar no split com o Fratura.

No split com o Fratura já houve duas grandes mudanças: O foco geral do som da banda e também as letras em português, que foi um desafio pessoal pra mim, pois queria tentar voltar a escrever em português e nunca tinha escrito letras nessa linha na nossa lingua. No final o resultado me agradou bastante, algumas das minhas músicas e composições prediletas estão nesse split. 


08) ALÉM DE UNCLEAN SPIRIT TU TOCAS EM OUTRAS BANDAS? OU TEM OUTROS PROJETOS?
Olha, várias bandas, mas muitas delas ainda em estágio embrionário e composição,  mas as que estão em vista hoje e ativas são: 

Vandreren - Projeto meu com o Fred (músico piracicabano prolífico e dono de projetos como Draped Urn, Mankeulv e Froihov), é um projeto mais experimental, apesar do primeiro EP ser uma mistura de doom, post punk e black metal, o projeto vai para vários outros lados. Nosso primeiro EP foi lançado pela Cianeto Discos e estamos produzindo material  novo também.

Vegas - Banda internacional, faço as composições na guitarra e baixo, programo e toco bateria as vezes e os vocais e outros detalhes são cuidados pelo T., a banda ja tem um longo histórico de 2 décadas e embarquei na banda desde 2016/17

Egregora Adversarial - É um coletivo no qual eu e outros amigos lançamos alguns projetos e bandas, os gêneros variam (vai do industrial ao black metal, free jazz e crust), por enquanto minha única contribuição ali é o Dead Stare, projeto solo de melodic death metal com elementos de punk, no qual toquei todos os instrumentos. Mas tem outros lançamentos vindouros pra vir na próxima temporada de lançamentos do coletivo. 

Também trabalho com algumas artworks e colagens no Rudimentary Light e as vezes trabalho com mixagem e masterização, entre alguns dos trabalhos teve o debut da banda de heavy doom Crimson Tower e também alguns dos vindouros trabalhos do Cursed Excruciation.

09) QUEM QUISER OBTER MATERIAIS DA BANDA . COMO PODEM ENTRAR EM CONTATO?
Para obter cópias da primeiro demo, você pode conseguir com a Cianeto Discos, inclusive quero agradecer muito ao Gil Dessoy pelo apoio e interesse em lançar a demo, e o mínimo que posso fazer pra retribuir é direcionar o público a apoiar o selo que decidiu lançar esse material de maneira física. Além de apoiar muitas outras bandas nacionais e até internacionais, ele faz um trabalho louvável de puro respeito e amor ao metal e música extrema em geral:

Quanto a contato e afins, você pode procurar pelo bandcamp e nosso instagram abaixo:

10) AGRADEÇO A  ATENÇÃO E APOIO. ALGUMA MENSAGEM FINAL?
Agradeço a entrevista, espaço e apoio da Hell's Friend Zine, além de todos aqueles que apreciam e apoiam o trabalho da Unclean Spirit e a apoiam de alguma maneira, seja por ouvir música, comprar merch, indicar para amigos e etc. 


Quanto a mensagens finais, o Unclean Spirit está finalizando a gravação do primeiro álbum e em breve creio que haverão novidades nessa situação. De resto, escutem o que gostem, apoiem as bandas que lhes interessam e sempre busquem expandir seu conhecimento (seja geral ou em música), obrigado a todos que leram a entrevista até aqui.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

INSANITY SEAS

 INSANITY SEAS


01) QUANDO PERCEBEU SEU INTERESSE EM EXPRESSAR SEUS SENTIMENTOS ATRAVÉS DA MÚSICA?

O interesse em expressar os sentimentos através da música surgiu desde criança, ao cultuar o abstrato – em formas diferentes de contar histórias, brincar e também de pensar.

Dentro da música extrema, comecei a me expressar aos 17 anos, quando comecei a gravar covers de vocal. Essa manifestação artística se fez presente num momento de externalização de sentimentos intensos, meio a conflitivas existenciais que acompanham a idade. A música cumpre um papel fundamental no autoconhecimento, na expressão e no sentido da vida.

 02) COMO SURGIU A IDEIA DE MONTAR A BANDA ÏNSANITY SEAS¨?

 A ideia surgiu no segundo semestre de 2020, quando compus a introdução do primeiro single, “Fever Dreams”, no violão. Pensei que seria ideal para uma música de Death, Doom ou Black Metal. Pensei sobre o tema que a letra dessa música abordaria e cheguei à conclusão que, ao escrever sobre demônios ou sobre tortura/escatologia, faria com que o projeto adentrasse uma caixa, junto de incontáveis outros. Pensei em trabalhar com temáticas e assuntos diferentes e não muito retratados, então surgiu a ideia de reverenciar a literatura do escritor HP Lovecraft. Por volta de março de 2021, escrevi a letra de nosso primeiro single e então, junto de minha namorada, Love, começamos a organizar e dar vida ao projeto.

 03) COMO DEFINE O SOM DE INSANITY SEAS?

 O som da Insanity Seas se encaixaria no gênero Death Metal ou Sludge Metal – por conta da bateria mais Doom.

O definiria, em sua sonoridade, como o transcorrer das obras de HP Lovecraft, trabalhando com elementos do agressivo, do sombrio e do misterioso.

 04) QUAIS SUAS PRINCIPAIS INSPIRAÇÕES PARA COMPOR AS MÚSICAS E LETRAS?

 Minhas inspirações para com as letras, são guiadas pela literatura do escritor HP Lovecraft. Seus contos misturam elementos de terror, mistério, ficção científica, rodeando seu núcleo principal que está no imutável e ancestral. Esta estética particular e única, denominada “Horror Cósmico”, descreve o contato humano com criaturas divinas, monstruosas, ancestrais que governam nosso mundo, mas que estão adormecidas. Nos veem como seres irrelevantes e guiam destinos cruéis. Logo, se trabalha com o medo do desconhecido e forças e influências para além do homem.

Na parte instrumental, minhas inspirações estão nos vocalistas George “Corpsegrinder” Fisher, da banda Cannibal Corspe, e Nergal, da banda Behemoth – valorizando o gutural na região grave. Enquanto guitarrista, me proponho a fazer algo bastante autoral, trabalhando em escalas e afinações graves (Dó), e sempre fazendo palhetadas para baixo.

 05) SOBRE O QUE ABORDA AS LETRAS DO INSANITY SEAS?

 As letras se inspiram e reverenciam a literatura de HP Lovecraft em seu Horror Cósmico, retratando o medo ancestral e o medo do desconhecido, tanto através da letra, quanto da sonoridade.

 06) QUAIS SUAS BANDAS E ÁLBUNS PREFERIDOS?

 Dentro do Death Metal, meus álbuns favoritos são: Sodom – In the Sign of Evil (1984); Cancer – To the Gory End (1990); Obituary – Cause of Death (1990); Deicide – Deicide (1990); Cannibal Corpse – Tomb of the Mutilated (1992); Damnation – Rebel Souls (1996); Behemoth – The Satanist (2014). Adentrando o Death Metal nacional: Sepultura – Bestial Devastation (1985); Sextrash – Sexual Carnage (1990).

 07) QUAL SUA OPINIÃO SOBRE A CENA UNDERGROUND NO RS?

 Em minha opinião, a cena underground no RS está passando por um momento de ascensão, com bandas muito experientes lançando materiais cada vez mais profissionais. Bons exemplos seriam os trabalhos Carcinosi – Resumption (2019), Bloody Violence – Host (2019), Exterminate – Pray for a Lie (2019).

 08) TU TOCAS EM OUTRAS BANDAS E PROJETOS? QUAIS?

 Atualmente, além do projeto Insanity Seas, faço parte das bandas de Black Metal Würmland e Baphometr, as quais eu toco baixo e teclado.

 09) COMO É A EXPERIÊNCIA EM TOCAR EM OUTRAS BANDAS? COMO CONCILIA O TEMPOS COM SUAS ATIVIDADES PESSOAIS?

 A experiência é muito boa, todos os membros de ambas as bandas são bons amigos e nossa relação é sempre muito pacífica e produtiva. Nossa conexão criativa e musical é bastante intensa.

Com relação ao tempo, os projetos de Black Metal ocupam o final de semana, em ensaios e em novas criações. Já a Insanity Seas, é um projeto que estou constantemente compondo e desenvolvendo novas ideais com a minha namorada, Love.

 10) OUVINDO A MÚSICA PROMO: FEVER DREAMS  NOTEI OS RIFFIS BEM SOMBRIOS E COM BASTANTE EXPRESSÃO DE MELANCOLIA.. CONTE-NOS MAIS SOBRE ESTA PROMO E COMO FOI FEITA A GRAVAÇÃO E PRODUÇÃO INDEPENDENTE?

 A gravação do single ocorreu em Estrela – RS, no estúdio do meu amigo Júnior Sessi, que já trabalha comigo há anos. O baixo fora gravado pelo meu amigo Carlos Caraumar, que foi o baterista da minha antiga banda “The Woodpeckers”, em 2015. A guitarra, voz e bateria foram gravadas por mim.

O baixo utilizado fora um fretless gravado em linha com efeitos de oitavador e drive. A guitarra fora uma Les Paul Studio da Gibson gravada em duas pistas – uma em um amplificador valvulado, e outra em um transistor. A voz fora gravada em um microfone cardioide. A bateria fora eletrônica, gravada em MIDI.

Os riffs que soam melancólicos são frutos da afinação grave (Dó), e foram feitos pensando em transmitir sentimentos retratados em contos do Lovecraft – atmosfera soturna, mistério, agressividade, intensidade.

 11) QUAIS SÃO PLANOS PARA O FUTURO?

 No primeiro semestre de 2022, nos organizamos para lançar nosso primeiro EP, intitulado “Cthulhu Shall Rise”, que irá conter 4 músicas. Estará disponível em todas as plataformas de streaming.

Pretendemos também organizar shows de lançamento por Porto Alegre, performando todas as tracks do EP.

 12) AGRADEÇO A ATENÇÃO E APOIO. MENSAGEM FINAL?

 Insanity Seas sempre será uma banda Antifascista e defenderá a causa. Apoiem sempre o underground. Acompanhem os lançamentos e shows dos irmãos Carcinosi, Bloody Violence, Exterminate, Finally Doomsday, Infected Sphere. Agradecemos de coração pela entrevista!